Só para meter um post no blog

Fernando amava a Juliana que por sua vez amava o Francisco que amava a Domitília que por sua vez amava o Fernando que amava a Juliana que amava o Francisco que amava a Domitília. Era um imbróglio amoroso dificil de resolver pelo que todos eles (Fernando, Juliana, Francisco e Domitília) resolveram ir a um conselheiro pré-conjugal que lhes aconselhou a tentarem a sorte aos pauzinhos de fósforo e eles assim fizeram, o conselheiro era mesmo bom e concerteza que por detrás daquilo que ele aconselhava havia um bom conselho.


Resolveram então cortar quatro pauzinhos em dois grupos de dois iguais e aqueles que ficassem com dois pauzinhos iguais passavam a amar-se entre si pelo que calhou o Fernando com a Domitília e o Francisco com a Juliana, o que era precisamente o contrário daquilo que eles sentiam antes uns pelos outros (em grupos de dois) mas como o conselheiro era bom, de créditos firmados na praça pré-matrimonial acharam todos que assim estava bem e no mesmo dia em que tiraram sortes resolveram começar a tratar da papelada para os casamentos que deveriam ter lugar no mesmo sítio, na mesma conservatória (eles eram católicos, dois, e outros dois assim assim).


O conselheiro pré-matrimonial foi solicitado para ser padrinho, mas como ele era solteiro (era conselheiro pré-matrimonial mas não era ainda parvo), e não arranjava madrinha foi-lhe sugerido que fosse com a sua velha recepcionista, que não era conselheira pré-matrimonial mas dava um jeito enquanto as pessoas esperavam pela vez na sala de espera.


E assim se deu: o Fernando casou com a Domitília e o Francisco com a Juliana e entretanto o solteiro conselheiro pré-matrimonial aproveitou a leva e casou com a sua recepcionista, que era velha, mais velha que ele, que também já era entradote.


O Fernando e a Domitília fizeram entre si um filho ao qual chamaram Francisco e o Francisco e a Juliana tiveram uma filha à qual puseram o nome de Domitília. O conselheiro pré-matrimonial passou a ser conselheiro matrimonial e não fez filhos (a mulher, a antiga recepcionista era velha e não dava já) mas optaram por adoptar um menino primeiro e uma menina depois aos quais puseram os nomes, respectivamente, de Fernando e Juliana.


O tempo correu, como correm todas as coisas, e os rebentos de uns e adoptados de outros eram muito amigos e começaram a gostar uns dos outros em grupos de dois: o Fernando filho amava a adoptada Juliana e o adoptado Francisco amava a não adoptada Domitília.

 

Quando chegaram à idade de casar, casaram e as coisas deram logo certo, desta vez, porque o Fernando casou com a Juliana e o Francisco casou com a Domitília e todos ficaram a perceber melhor quão sábio tinha sido o conselho do ex-conselheiro pré-matrimonial agora conselheiro matrimonial uma vez que as coisas ficavam agora compostas tal como eles desejavam inicialmente e assim confirmaram também como deus escreve direito por linhas tortas.



08/11/2008
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