Trabalho científico

Marco sempre os números cuidadosamente no teclado em forma mini rectangularizada com a base e o topo mais curtos, encimado, este, por uma janelinha por onde os homens que inventaram a coisa nos deixam ver aquilo que vamos teclando abaixo, o que é bastante engraçado e um boa invenção, acho eu, porque a gente tecla em baixo e os números aparecem em cima tão depressa, tão depressa que ainda a gente não deixou de premir a tecla e ele já lá está, cada número que teclamos abaixo.

 

Isto da matemática é uma verdadeira metafísica que até tem números corredores e, por aquilo que acredito, embora não saiba se a coisa já foi medida, acho que cada número daqueles será assim como que um campeão mundial, um vencedor de qualquer corrida entre humanos, seja ele cem metros ou mesmo a maratona.

 

E digo isto porque a gente pode carregar várias vezes no mesmo número e mal o fazemos à segunda ou terceira vez já ele cá está, no teclado, impassível e sereno como se antes disso não tivesse corrido em fracções de mil milésimos de segundo (acho que se chama de nanosegundos) um percurso seguramente acidentado em corta mato, pois tem que saltar um bom bocado ou seguir em linha recta para cima, subindo às arrecuas, o que é ainda mais dificil.

 

E ainda por cima deixa lá o seu sinal, um sinal precisamente igual a si mesmo, na areia acizentada do ecrã que não deve ser areia porque não conheço nenhuma areia que permita uma imagem tão perfeita, sem rebordozinhos nem nada e ainda por cima com aquela cor.

 

Ainda pensei na possibilidade de cada número ser assim como que um tipógrafo super-rápido mas acho também que eles, os homens que inventaram a coisa, não iam agora estar a dar um cartucho de tinta a cada número, ou mesmo não conseguiam, acho eu, meter dentro daquela coisa tão pequena um só cartucho que desse para todos, números e letras, porque também se podem escrever letras pelo mesmo processo vertiginoso.

 

O que eu acho que há - e até já perguntei isso a um professor de física - é uma película acizentada, o número (ou a letra) vem, dá um saltinho que a gente nem sequer consegue ver, rebenta a película segundo a sua forma - como não podia deixar de ser- e por baixo está o fundo negro que emerge não emergindo então.

 

O meu professor de física achou a ideia interessante, disse-me até que eu tinha pernas para andar neste campo interpretativo e mandou-me mexer essas mesmas pernas em direcção ao gabinete do Psicólogo não sei porquê porque os psicólogos não percebem nada de números nem destas coisas. Mas isso não interessa porque eu não pus lá os pés...

 

Tenho até feito experiências com a coisa, marcando sempre o mesmo número, depois alternando entre eles, depois saltando aleatoriamente entre eles para ver se os consigo cansar - alguma vez eles têm de dar de si - mas a única coisa, o único sinal que tenho recebido nem sequer vem dos números mas sim das letras que automaticamente e sem eu ter teclado nada escrevem "bateria fraca" e isto acontece tanto quando eu teclo números como letras.

 

Esta questão de só as letras originarem aquela mensagem que eu não escrevo tem-me trazido preocupado porque se elas se escrevem a elas mesmas vá-se lá saber aquilo que elas escrevem entre si quando eu não estou a ver e tenho até algumas provas disso, de que elas escrevem nas minhas costas porque há dias mandei uma mensagem a uma pessoa amiga e ela respondeu-me "vai à m.erda!".

 

Acho que foram as letras que trocaram a mensagem original pois eu escrevi :"Pagas-me os 500,00 euros?" e a resposta certa deveria ser "sim" ou "não" (como hipótese remota) e não aquela que eu recebi, por isso acho que uma das duas coisas aconteceu: ou as letras trocaram a mensagem inicial ou trocaram a resposta.

 

Já sei que vão dizer que o problema é da marca do telemóvel mas antes que o digam esclareço que tenho batido as marcas todas que aparecem no mercado e que o resultado é sempre o mesmo, sem tirar nem pôr.

 

Falei disto - das letras se escreverem a si mesmas - também ao meu professor de física que até é um gajo porreiro mas parece-me que agora anda com a panca de me mandar ao psicólogo cada vez que não sabe bem a resposta que me deve dar sobre a questão que lhe coloco, pelo que continuo no mesmo sistema de auto-didactismo porque no Gabinete do Psicólogo não ponho eu os pés nem que me matem porque o gajo é maluco!

 

Bem, agora desculpem mas tenho de atender uma chamada...espero que seja mesmo verdadeira e não mais um truque das letras ou dos números.

 



08/11/2008
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